domingo, 7 de junho de 2020

DIA D - O MAIS LONGO DOS DIAS - 6 DE JUNHO DE 1944

No dia 06 de junho de 2020 comemorou-se os 76 anos do Dia D. Escrevi esse artigo especial sobre a Batalha da Normandia para compartilhar com os meus leitores. O meu amigo e companheiro de gravação de podcast Vitor Hugo Crespo também produziu um episódio super interessante sobre o Dia D. Você pode acompanhar pelo link do Frontcast (O seu podcast sobre história militar).




No vocabulário militar, o Dia D (do inglês D-Day) é um termo utilizado frequentemente para denotar o dia em que um ataque ou uma operação de combate devem ser iniciados. É mais conhecido pelos desembarques da Normandia durante a Segunda Guerra Mundial. A expressão Dia D (D-Day) apareceu pela primeira vez nas ordens de batalha do Exército dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial. A utilização de um nome em código para o dia de início de uma operação arriscada, em sua fase de planejamento, leva em consideração que várias medidas devem ser tomadas antes e após o início dos combates e que devem ser organizadas em função da data e hora precisas da operação. Entretanto, tendo-se em vista que vários fatores podem alterar o dia de início de qualquer operação militar, seria impossível e até mesmo inseguro fazer circular vários documentos contendo a data específica. Assim o planejamento é estruturado marcando-se o Dia (D), Hora (H) e minuto (M) do começo da ação.

O Dia D - mais famoso da história militar foi 6 de Junho de 1944 - o dia em que a Batalha da Normandia começou - iniciando a libertação do continente Europeu da ocupação Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A Batalha da Normandia, cujo nome de código era Operação Overlord, foi a invasão das forças dos Estados Unidos, Reino Unido, França Livre e aliados na França ocupada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial em 1944. Foi uma decisão política para manter a liberdade na Europa, ocorrida depois da derrota alemã para o Exército Vermelho, na famosa Batalha de Stalingrado. Setenta e seis anos mais tarde, a invasão da Normandia continua sendo a maior invasão marítima da história, com quase três milhões de soldados a terem cruzado o Canal da Mancha, partindo de vários portos e campos de aviação na Inglaterra, com destino à Normandia, na França ocupada.

Os primeiros planos da invasão aliada a França começaram a ser discutidos num encontro de Winston Churchill com o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt em Casablanca, em Janeiro de 1943. Neste encontro, chegaram à conclusão que ainda não havia condições para um desembarque na França, mas ficou decidido que o tenente-general inglês Frederick Morgan seria encarregado da elaboração de um plano de assalto detalhado. Em Agosto de 1943, numa nova conferência de líderes aliados no Quebec, Morgan apresentou o plano de invasão da Normandia: um documento com o nome de código de Operação Overlord, que previa um desembarque em maio de 1944. Em dezembro de 1943, o general norte-americano Dwight D. Eisenhower foi nomeado comandante supremo da Força Expedicionária Aliada. Ficou também definido que a frente de desembarque teria mais de 80 quilômetros e que o ataque seria feito entre Cherbourg e a foz do rio Sena. Os múltiplos contratempos da operação ditaram que fosse adiada para junho, uma vez que os aliados precisavam de mais tempo para construir mais lanchas de desembarque.

 A invasão da Normandia começou com a chegada de paraquedistas na noite anterior, com maciços bombardeios aéreos e navais, bem como com um assalto anfíbio bem cedo, de manhã. Os exércitos, divididos com suas tarefas, tinham, como objetivo, as praias de codinome Omaha e Utah para os americanos; e Juno, Gold e Sword para os anglo-canadenses. Do mar, 1240 navios de guerra abriram as baterias contra as linhas de defesa. Do céu, caíam toneladas de bombas dos dez mil aviões que participavam da operação. Naquela data, 155 mil homens dos exércitos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá lançaram-se nas praias da Normandia, região francesa situada nas costas do Canal da Mancha, dando início à liberação da Europa.

 As forças Aliadas que desembarcaram eram compostas por restos de divisões dos Estados Unidos da América, da Grã-Bretanha e do Canadá. Transportados por uma frota de 14 mil e 200 barcos, protegida por 600 navios e milhares de aviões, asseguraram uma sólida cabeça-de-ponte no litoral francês. De fato, o desembarque na Normandia foi crucial para o mundo livre, uma vez que os Aliados, diante dos insistentes pedidos de Josef Stálin, já esboçavam um desembarque maciço de tropas na Europa. Na língua comum, a expressão Dia D continua a ser usada para a data de começo da invasão, em 6 de Junho de 1944. A Alemanha, por iniciativa de Rommel, esperando o desembarque aliado, procurou defender-se através da chamada muralha do Atlântico. Rommel, com sua grande experiência militar, previra que o desembarque aliado ocorreria nas praias a noroeste da França, tornando assim essa batalha um verdadeiro inferno para os Aliados, que sofreriam pesadas baixas. 

Houve reforço de soldados alemães e equipamentos na praia de Omaha. O ataque das praias foi, com certeza, mais sangrento na praia de Omaha, entre as praias de Utah e Gold, onde os soldados tiveram que enfrentar minas, arames farpados, canhões franceses de 155 milímetros capturados pelos alemães, os famosos obstáculos chamados "porcos-espinhos" e tiros de metralhadoras MG42 alemãs. Para eles, já era um milagre não serem mortos quando a rampa dos barcos LCVP se abriam. Sem contar o peso da carga dos soldados, carregados de equipamentos, haviam fortes ventos e ondas enormes a enfrentar antes mesmo de chegarem em terra e que destruíram parte do equipamento bélico dos Aliados.

 Os alemães ficaram em desvantagem, entre outros motivos, pela incapacidade de prever a data da operação, e pela divergência quanto ao local do desembarque aliado. Rommel opinava que os Aliados escolheriam provavelmente a Normandia, mas Hitler estava convicto de que ela teria lugar mais ao norte, em Calais. Consumado o desembarque e a ruptura das defesas, os aliados ficaram com o caminho aberto para o coração da Europa ocupada e criaram a Segunda Frente. A operação no entanto continuou por mais de dois meses na Normandia, com as campanhas para conquistar e manter as posições dos aliados. A batalha da Normandia teve fim com a queda de Chambois e a Libertação de Paris pelos Aliados no dia 15 de agosto de 1944.

Países Beligerantes: 

Aliados: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França Livre, Polônia, Austrália, Bélgica, Nova Zelândia, Países Baixos,  Noruega, Checoslováquia e Grécia.

III Reich: Alemanha Nazista

Comandantes Aliados: Dwight D. Eisenhower (comandante supremo), Bernard Montgomery (forças terrestres), Bertram Ramsay (forças navais), Trafford Leigh-Mallory (força aérea)

Comandantes Alemães: Gerd von Rundstedt (OB WEST), Erwin Rommel (Heeresgruppe B),  Leo Geyr von Schweppenburg,  Friedrich Dollmann,  Hans von Salmuth, Wilhelm Falley.

Forças:

Aliados: Quase 3 milhões de pessoas.

Alemães: 640 mil homens. 

Baixas:

Aliados: 226.386 mortos, feridos ou capturados.

Alemães: 530.000 mortos, feridos ou capturados.

Civis: 39.000 mortos.

 

                                                                                                IMAGENS DA BATALHA

                                                    
















 

 REFERÊNCIAS


Filmes

O mais Longo dos Dias

O Resgate do Soldado Ryan

The Band Of Brothers - A melhor série sobre a Segunda Guerra Mundial.

 





 Livros:

As Espiãs do Dia D - Romance de Ken Follett

DIA D - A Batalha que salvou a Europa - Antony Beever (Considerado o melhor livro escrito sobre o Dia D).

The Steel Wave (A Onda de Aço) de Jeff Shaara em inglês - Considerado o melhor romance sobre o Dia D.

 




 

Links da Internet:

https://www.dday.org/  -  Página oficial do Memorial do Dia D.

https://www.warmuseum.ca/cwm/exhibitions/newspapers/operations/ddaynormandy_e.html- Página canadense sobre o Dia D. 

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