O Centenário do Armistício - 1918 a 2018
Líderes de países no mundo inteiro se reuniram em Paris para comemorar os 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial. Na décima primeira hora, do décimo primeiro
dia, do décimo primeiro mês de 1918 foi assinado o armistício. Uma mensagem por telégrafo foi enviada para todos
os comandantes e dizia: "As hostilidades cessarão em toda a frente no dia
11 de novembro às 11 horas no horário da França." A Guerra havia matado 9 milhões de soldados e 10 milhões de civis totalizando 19 milhões, e deixou 21 milhões de feridos.
Confira um trecho do romance histórico "A Última Poesia - Do Orgulho Nasce a Guerra" de Max Wagner que retrata o Armistício.
No dia 11 de novembro à tarde, Roxanne trouxe um jornal com
as notícias para Gerrard o mais rápido que pôde, as matérias confirmavam a
vitória Aliada. Roxanne tomou Gerrard pelas mãos e correu para as ruas com os
franceses para comemorar a vitória no Arco do Triunfo. A Alemanha havia
decretado um cessar fogo para que os soldados voltassem para casa. A rendição
foi concluída, o kaiser Wilhelm Hohenzolern havia abdicado e fugido para a Holanda.
Fora proclamada a República em Berlim. A guerra estava terminada, a casa de
Hohenzolern caída e a Alemanha havia assinado o Armistício. Os inimigos invisíveis
do povo alemão haviam vencido (comunistas), as greves e os motins internos na
Alemanha pressionavam...
O armistício foi assinado no dia 11 de manhã, num vagão de
trem, em Compiégne, na França. Todos os grandes generais que lutaram na guerra
estavam reunidos, para testemunhar um dos momentos mais importantes da História.
A guerra estava perdida e a Alemanha se achava à mercê dos aliados vitoriosos;
tinha sido inútil a morte de dois milhões de alemães. O curioso quanto ao
armistício foi que a Alemanha não foi obrigada a admitir a derrota em campo de
batalha; para muitos, isso por si só, já era uma brecha aberta a problemas
futuros. A Alemanha humilhada não tardaria a levantar-se novamente...
No saldo final da Grande Guerra, a Alemanha perdeu 2 milhões
de homens, a França 1 milhão e 300 mil soldados, a Inglaterra 950 mil homens, e
os Estados Unidos em poucos meses de batalhas 116 mil homens. O grande empresário
americano Rockefeller fez cerca de 200 milhões de dólares com o conflito, para
não falar dos custos de guerra de 30 bilhões de dólares à América, sendo que a maioria
foi emprestada pelo Banco de Reserva Federal, com juros, aumentando os lucros
dos banqueiros internacionais. No fim de tudo, 9 milhões de soldados
entre Infantaria, Marinha e Força Aérea haviam perdido a vida e dez milhões de
civis haviam sido mortos de várias maneiras; fome, doenças, fuzilamentos e
bombardeamentos. A fome e a privação arrasaram vários países, o bloqueio naval
aliado matou 750 mil alemães de fome e outras privações, que levaram a Nação a
se rebelar com greves e lutas civis que culminaram na abdicação do Kaiser.
O comandante Ferdinand Foch célebre por ser conhecedor de
ciências militares, venceu no Marne quando os alemães atacaram acirradamente a
França. A batalha no Marne em colaboração com os americanos foi a grande responsável
pela vitória aliada, visto que a Alemanha tinha chances para vencer, pois havia
colocado a Rússia fora da guerra e provocado uma terrível derrota na Itália. Se
os americanos não tivessem entrado na refrega, a França não teria vencido no
Marne e a Alemanha sairia vitoriosa da Grande Guerra.
Uma grande multidão
pulava e agitava no Arco do Triunfo, a Avenida Champys Élyssé estava
abarrotada, milhares de bandeirinhas francesas e americanas espalhavam-se pelas
ruas. A felicidade do povo era muito grande, choravam e riam, desfiles eram
iniciados por toda parte; milhares de soldados americanos, ingleses, belgas, canadenses,
franceses, australianos e italianos explodiam de contentamento. Cada soldado
estava cercado por várias garotas francesas, algumas chorando, outras rindo;
cada menina tinha de beijar cada soldado antes que ele passasse. As ruas estavam
lotadas de carros e pessoas. As crianças, os velhos e os jovens choravam de
alegria, uma massa sólida de bandeirinhas de todas as nações aliadas
espalhava-se por Paris. A cidade que fora escuridão por tanto tempo, agora estava
toda iluminada.
Na Terra de Ninguém, as trincheiras entraram na maior
alegria, sinalizadores eram disparados por toda parte como se fossem fogos de
artifício. Homens com uniformes marrons saltaram das trincheiras americanas,
uniformes cinza-esverdeados saíam das alemãs, atiravam seus capacetes para o
ar, abandonavam suas armas e acenavam para os inimigos. De um lado a outro do
front, os dois grupos de homens começavam a avançar na terra de ninguém; alemães,
americanos e franceses. Momentos antes, eles estavam dispostos a atirar um nos
outros; agora eles se aproximavam meio receosos, mas depois com mais coragem,
uniformes cinzas se misturavam aos marrons, se abraçando uns aos outros,
dançando e pulando. Americanos distribuíam cigarros e chocolate. Depois de
quatro anos de carnificina e ódio, eles estavam não apenas se abraçando, mas
também se beijando no rosto. Bombas, foguetes e sinalizadores continuaram
subindo aos céus. Apesar de tanta euforia, a Grande Guerra Mundial teve
consequências terríveis; 19 milhões de mortos e 21 milhões de feridos.
Pintura do Armistício no vagão de trem em Compiégne
Documento de assinatura do Armistício
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