Até o Último Homem de Jeff Shaara - romance da Primeira Guerra Mundial

Até  o  Último  Homem -  Romance  da  Primeira  Guerra  Mundial. 

Este  ano  está  sendo  comemorado  no  mundo  inteiro  o  Centenário  da Primeira  Guerra  Mundial.  Estarei  dando  início  a  uma  série  de  artigos  sobre  a  Guerra  de  Trincheiras, e  o  livro  em  questão  faz  parte  daquilo  que  será  compartilhado  no  blog  nos  próximo  4  anos  que  representam  os  100  anos  da  Grande  Guerra. Eu  li  esse  romance  em  2011.  Jeff  Shaara  é  um  escritor  estadunidense  que  ficou  conhecido  por  escrever  romances  sobre  a  Guerra  Civil  Americana,  ele  se  superou  ao  publicar  um  romance da  Grande  Guerra  com  uma  riqueza  tão  grande,  ele  também  publicou  uma  série  de  romances  sobre  a  Segunda  Guerra  Mundial  mas  que  ainda  não  tem  data  para  chegar  ao  Brasil.

                            

Muito já foi escrito sobre a Segunda Guerra Mundial ou a Guerra Civil americana, mas poucas obras tratam da Primeira Guerra Mundial com igual zelo. Para falar a verdade, há poucos títulos sobre a Grande Guerra de 1914-1918, contudo uma das melhores obras já lançadas, com mais de 900 páginas chegou  às livrarias brasileiras.

Pelo selo da Bertrand Brasil, a obra Até o último homem (To the last man, tradução de Milton Chaves de Almeida, 924 páginas, R$), escrita por Jeff Shaara, é um retrato, quase que surrealista da Guerra para acabar com todas as guerras, como o presidente norte-americano Woodrow Wilson a chamou.

Shaara traz um  retrato vivo, nas páginas que escreveu, os acontecimentos mais relevantes do conflito, reproduzindo com realidade precisa e comovente os cenários das trincheiras e das primeiras batalhas aéreas.

A introdução do livro mostra os principais antecedentes da Guerra das guerras, com breves resenhas biográficas dos grandes personagens. A partir daí, cada capítulo mostrará a perspectiva desses personagens, do General John Peshing, o Jaqueta Negra, aos entrincheirados fuzileiros navais, do Barão Vermelho aos pilotos americanos da esquadrilha Lafayette, de Ludendorf a Foch, todos têm seus pontos de vista mostrados de uma forma única.

Primavera de 1916: a Frente Ocidental, teatro de guerra na Europa, encontra-se sob as sombras de um terrível impasse. A França e a Grã-Bretanha estão num dos lados do arame farpado, enquanto no outro a feroz Alemanha os ameaça. Aclamado como o grande romance sobre a Primeira Guerra Mundial desde Nada de Novo no Front, de Erich Maria Remarque, Até o Último Homem, de Jeff Shaara, em suas quase mil páginas, é uma das mais impressionantes e comoventes descrições do conflito que dizimou uma geração. Shaara pinta um quadro com cores vivas, de traços quase surrealistas, dessa guerra de trincheiras, através da visão de um típico soldado inglês mergulhado num mar de violências monstruosas ? um homem cuja inocência juvenil é atirada ao inferno de uma guerra hedionda.
Enquanto isso, muito acima do caos terrestre, a tecnologia enxameia o céu com uma arma nova e devastadora: o avião. Com ele, surgem no horizonte novos tipos de heróis,  os ases da aviação. Esses cavaleiros solitário duelam no esplendor de um céu aterrador, onde sua coragem e sua fibra são testadas a cada missão.

De Pershing, o Jaqueta Negra, aos entrincheirados fuzileiros navais, do Barão Vermelho aos pilotos americanos da Esquadrilha Lafayette, Até o Último Homem reproduz com vivacidade e precisão os cenários desse conflito mundial, características da literatura de Jeff Shaara. O romance leva aos leitores ao coração de um dos maiores conflitos da História e os põe cara a cara com personagens capazes de causar um impacto permanente no espírito humano.

A atenção que o autor dá aos aviadores é um dos pontos fortes do livro,  principalmente ao barão Manfred von Richthofen, que ficaria conhecido pela posteridade de Barão Vermelho. Os aviões foram utilizados pela primeira vez com fins militares durante a Primeira Guerra Mundial.
Inicialmente a sua utilização consistia principalmente em missões de reconhecimento, mas logo depois se expandido para o ataques, mudando para sempre a paisagem da guerra moderna. O heroísmo desses pilotos, como Raoul Lufbery e seus compatriotas da Esquadrilha Lafayette, deixaram sua marca.

Um livro notável, cheio de histórias, reais e imaginárias. A maioria das ações são autênticas, com personagens imaginados por Shaara vivendo suas realidades, através de seus olhos, os leitores de hoje poderão compreender o horror e aos efeitos que aquela guerra causou à Europa e à Humanidade.

Uma obra-prima, onde Jeff Shaara prova que é um dos melhores, se não o melhor autor no gênero literário de história da guerra. Shaara já tinha retratado a Guerra Civil norte-americana em The Killer Angels, The last full measure e Gods and Generals, a guerra contra o México em Gone for soldiers e a dramática saga dos fundadores das treze colônias em Rise to rebellion e The Glorious Cause.

Até o último homem sonda os sentimentos de soldados, de generais, em uma das melhores caraterizações do teatro de guerra, em uma visão quase que surrealista da Primeira Guerra Mundial, com uma ênfase maior em seus outros participantes, como os franceses e alemães, bem diferente dos outros livros de Shaara.

Desde   Nada de Novo no Front, um livro não captava os grandes horrores deste conflito e os efeitos duradouros nos participantes que levaram à barbara e selvagem II Guerra Mundial. Majestosa retratação apesar do triste conflito que arrastou uma geração de homens para a morte.


Até o último homem
– o emocionante romance sobre a Primeira Guerra Mundial
Jeff Shaara
Bertrand Brasil, ano 2007
Número de páginas:924
ISBN:978-85-28612707