sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

A Escravidão Africana não foi igual as outras

 


Introdução

O texto a seguir desmistifica a crença de que a escravidão praticada ao longo da história da humanidade (escravidão branca e de outras raças) foi igual a escravidão africana. Pelo contrário, a escravidão contra os africanos foi mercantilista e institucionalizada gerando consequências que perduram até hoje para os (afrodescendentes).

A Escravidão Institucionalizada e Mercantilista

A escravidão mercantil foi o comércio de pessoas negras escravizadas como mercadoria, que ocorreu entre os séculos XVI e XIX. Ela era baseada no preconceito e na questão racial contra os povos africanos. Foi um tipo de escravidão como nunca vista antes. Para justificar essa escravidão criaram o conceito de darwinismo social, que sustentava que o negro era biologicamente e intelectualmente muito inferior ao branco. A escravidão de várias raças dos povos antigos (inclusive a raça branca) tinha base cultural e não racial.
A escravidão mercantilista também é conhecida como tráfico negreiro ou comércio transatlântico de escravos. A escravidão mercantil foi uma importante fonte de lucro e acumulação de capital para os capitalistas europeus. O tráfico de escravos atendeu às exigências do mercantilismo e do sistema colonial, pois gerava uma via de comércio que proporcionava acumulação de capitais. A escravidão mercantil teve consequências graves para a África, como a centralização política e a intensificação das guerras nos dias de hoje. No Brasil, a escravidão mercantil foi uma forma de mão de obra que marcou profundamente o cotidiano do país. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão.

O Contexto Mercantilista da Escravidão

O mercantilismo, política econômica predominante na era moderna, baseava-se na crença de que a riqueza de uma nação dependia do acúmulo de metais preciosos e do controle do comércio exterior. Para garantir essas ameaças, as potências europeias exploraram intensamente suas colônias, utilizando mão de obra africana escravizada para maximizar a produção de mercadorias como açúcar, tabaco, algodão e café. A escravidão tornou-se um pilar desse sistema, sendo organizada de maneira institucionalizada. Leis, tratados e estruturas, políticas de garantia da legalidade e continuidade do tráfico transatlântico de escravizados, transformando seres humanos em mercadorias. O comércio de escravizados foi uma das principais engrenagens desse modelo econômico, ligando África, Europa e Américas no chamado "comércio triangular".

O Tráfico Transatlântico e a Institucionalização da Escravidão

A escravidão mercantilista não se limita ao uso de mão de obra escravizada, mas envolve um sistema global de captura, transporte e comercialização de pessoas, especialmente africanos. Milhões de homens, mulheres e crianças foram sequestrados em suas terras e transportados em condições desumanas para as Américas, onde foram vendidos e submetidos a trabalhos forçados. Nos territórios coloniais, a escravidão foi regulamentada por códigos legais, como as “Ordenações Filipinas” em Portugal e o “Código Noir” na França, que garantem aos proprietários o direito absoluto sobre os escravizados, negando-lhes qualquer reconhecimento de humanidade. Além disso, justificativas religiosas e raciais foram criadas para sustentar essa exploração, associando a escravidão à "missão civilizatória" europeia.

Impactos e Consequências

A escravidão institucionalizada deixou marcas profundas nas sociedades coloniais e pós-coloniais. Além da destruição das culturas e das comunidades africanas, o sistema escravista criou desigualdades socioeconômicas persistentes, estruturando posições raciais que ainda hoje impactam diversos países. As lutas abolicionistas, que ganharam força no século XIX, foram fundamentais para o fim legal da escravidão, mas não eliminaram por completo as heranças desse sistema. A marginalização econômica da população negra, a segregação e o racismo estrutural são reflexos diretos desse passado.

Considerações Finais

A escravidão institucionalizada e mercantilista foi um impacto que marcou profundamente a história global, sustentada por interesses econômicos e justificativas ideológicas. Seu impacto ainda ressoa nos dias de hoje, tornando essencial o estudo e a reflexão sobre esse período para a construção de sociedades mais justas e igualitárias.